Erased (Netflix) – Resenha

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Erased (série original Netflix) – Resenha

Título Original: Erased/Boku Dake ga Inai Machi/僕だけがいない街
Ano: 2017
Direção: Ten Shimoyama | Nº de Episódios: 12 | Duração Média: 30 min
Avaliação: ★★★★☆ (Ótimo)

Erased é mais uma acertada aposta da Netflix em produções locais e, assim como Dark, aborda a premissa sempre intrigante de viagem no tempo (mas de um modo bastante distinto – e não, não há ligação entre as séries).

Neste caso, não se trata de uma obra 100% original, mas sim da adaptação bastante fiel do aclamado mangá homônimo criado por Kei Sanbe, que recebeu uma versão animada em 2016, também contando com 12 episódios.

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Erased apresenta a estória de Satoru Fujinoma (Yuri Furukawa), um mangaká amador, funcionário de uma pizzaria e que se vê frustrado pelo insucesso pessoal e profissional. Satoru, no entanto, esconde um segredo de sua mãe e colegas de trabalho: possui a capacidade de fazer breves viagens no tempo, voltando momentos no passado para que evite determinadas tragédias que presencia (mas sempre mantendo sua memória).

Sem entender quando, como ou porquê estas “revivecências” – como o mesmo chama o fenômeno – começaram a ocorrer e ainda acontecem consigo, Satoru apenas tenta impedir os incidentes de modo que as coisas voltem ao normal. No entanto, um incidente com sua mãe faz com que algo inédito ocorra: o rapaz é enviado, ao contrário do habitual, há muitos anos no passado – mais precisamente à sua infância.

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Enquanto tenta descobrir a razão de ter sido enviado ao ano de 1988, Satoru precisa se readaptar a rotina escolar enquanto banca o detetive. Ele percebe que a chave para resolver seus enigmas está diretamente ligada à sobrevivência de seus colegas de classe, que, na linha temporal a qual pertencia, haviam sido vítimas de um serial killer.

A trama é um ótimo misto de suspense policial com drama e ficção, mas esta última característica apenas como pano de fundo para o desenrolar da estória. Erased ilustra muito bem a famosa teoria de ação-reação, segundo a qual toda ação produzida no passado ecoará no futuro (efeito borboleta), independente de sua dimensão (algo grandioso ou um simples gesto), criando assim uma nova linha temporal.

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Além do roteiro muito bem conduzido, destacam-se os personagens, construídos de modo preciso, com o decorrer dos episódios, sendo desenhados pacientemente junto à trama e ganhando relevância conforme a série caminha para seu desfecho. Destaque também para o elenco infantil e, em especial, as boas atuações de Furukawa e Tomoka Kurotani, que interpreta a mãe de Satoru.

Um dos poucos defeitos de Erased é o “excesso de narração” que ocorre em alguns momentos (mais nos primeiros episódios), onde, por meio dos pensamentos de Satoru, a série tenta explicar as coisas de forma muito detalhada ao espectador, o que geralmente não se faz necessário. No entanto, passa a ser algo melhor dosado conforme os episódios avançam.

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Vale ressaltar também que Erased conta com uma das fotografias mais belas já vistas nas produções da Netflix, ambientando a trama em um Japão clássico e contemporâneo, com suas belas e longevas paisagens. Além disso, a caracterização dos personagens e cenários em relação ao mangá e anime é formidável.

Cativante, intrigante e de encher os olhos (em alguns momentos, de água), Erased é uma ótima dica para os feriados de fim de ano e uma ótima forma de conhecer as produções japonesas além dos animes e mangás.

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ASSINATURA

Diego Betioli
Escritor, publicitário, louco por esportes e entretenimento. Autor de A Última Estação (junto com Rodolfo Bezerra) e CEP e um dos fundadores do Meta Galáxia.

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