Tabula Rasa (Netflix) – Resenha

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Tabula Rasa – Resenha da série original Netflix

Título Original: Tabula Rasa
Ano: 2017 (Bélgica), 2018 (Netflix)
Criação: Veerle Baetens, Malin-Sarah Gozin | Nº de Episódios: 09
Avaliação: ★★★★★ (Excelente)

Tabula Rasa é mais uma produção europeia Netflix que chegou ao catálogo em março sem muito furor. E, bebendo de um clima carregado e sombrio semelhante ao de Dark, pode ser considerada uma ótima surpresa.

O nome Tabula Rasa deriva de uma expressão latina homônima, que significa “papel em branco”, utilizada por filósofos para definir a mente e o conhecimento – o que explica a ideia da obra, norteada, especialmente, pelas definições de memória e imaginação.

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A série belga conta a estória de Mie D’Haeze (Veerle Baetens), uma mulher que sofre de amnésia anterógrada responsável por afetar as lembranças mais recentes. Mie sofreu um grave acidente de carro e suas memórias posteriores ao evento são confusas, de modo que seu estado se agravou a ponto de ser internada em uma instituição psiquiátrica.

Mie, no entanto, é alvo de uma investigação policial por ser considerada ponto-chave em um caso que envolve o desaparecimento de Thomas De Geest (Jeroen Perceval). Para solucionar o caso, o inspetor Wolkers (Gene Bervoelts) fará de tudo para que a mulher recupere suas memórias. Mie, por outro lado, luta contra sua mente e a desconfiança geral que a amnésia lhe proporciona.

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Tabula Rasa inova por mesclar suspense, drama e terror psicológico  de forma contundente e por ter, acima de tudo, um “protagonista” que se sobressai aos seus personagens: a mente, ou mais especificamente, a amnésia anterógrada de Mie. Uma vez que você não é capaz de confiar em seu cérebro, como distinguir o que é real de fantasia?

Esse é o grande ponto de Tabula Rasa, que leva o espectador pelos caminhos tortuosos da mente da personagem principal, alterando entre o momento presente, flashbacks, alucinações e pesadelos. E, principalmente, fazendo com que a confusão proposital entre estes momentos torne sua trama pouco previsível.

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A atmosfera sombria e fotografia predominantemente escura dá todo o clima de apreensão que comanda a série. As atuações também são ótimas, dando vida a personagens perturbados e imperfeitos, com destaque também para Benoit (Stijn Van Opstal), o marido de Mie, e sua mãe, Rita (Hilde Van Mieghem).

Criativa e envolvente, Tabula Rasa se mostra como mais uma produção local Netflix surpreendente e, provavelmente, uma das melhores séries recentes de seu catálogo.

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ASSINATURA

Análise Crítica
Data
Título Original
Tabula Rasa
Nota do Autor
51star1star1star1star1star
Diego Betioli
Escritor, publicitário, louco por esportes e entretenimento. Autor de A Última Estação (junto com Rodolfo Bezerra) e CEP e um dos fundadores do Meta Galáxia.

2 COMENTÁRIOS

  1. Apesar de forçar nas coincidências, é uma série fantástica, viciante. Trás ao menos uma reviravolta ao estilo Sexto Sentido (tão bom quanto ou até melhor, porque ainda estamos na metade da trama). Mas, não é a única reviravolta. São muitas. E, conforme li em uma crítica, todas as pontas se fecham ao final. E falando “em final”, quando tudo parece resolvido e enterrado (literalmente) ainda resta uma última surpresa. Viciante. Em tempo: além de trazer muitas referências a filmes de sucesso: Poltergeist, Sexto Sentido, Os Outros e muito mais.

    • Bem observado, Ivo! Há diversas referências e é perceptível a imersão dos criadores em obras do gênero. E a sequência de plot twists é sensacional. Abraço!

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